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quinta-feira, 20 de março de 2014

Águas de Março - Antonio Juraci Siqueira


ÁGUAS DE MARÇO

Disputando lugar com canaranas
a vida amanhece de bubuia
entre fome e febres...

Em cima de mutás e de marombas
um resto de esperança ainda espera
a Arca de Noé...

O pio de um chincoã rasga o silêncio
enquanto um cão panema espia o tempo
vazando sem querer, gota após gota.

O rio se torna mar...
É tanta água
é tanta solidão
é tanta mágoa
que alaga corações
que alaga mentes
que alaga as iusões
 remanescentes. 

Sabendo-se embiara do destino
que rege o rio e a si, o ribeirinho
se torna maleável como o barro
para resistir às leis das águas.

É o rio a correr dentro da vida,
é a vida a morrer dentro do rio...

Antonio Juraci Siqueira
*


4 comentários:

  1. Obrigado, sumana Marli, por abrigar meus versos no regaço generoso do teu "Encanto Caboclo". Deus na proa e nós os remos, agora e sempre!

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    1. Meu poeta Juraci, teus versos me encantam cada vez mais!
      É uma honra postá-los em meu blog.

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  2. Lindo poema. Me inspirou a fazer um poema

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    1. Lindo mesmo, Romulo!
      Qdo o seu estiver pronto quero ter a oportunidade de ler,certo?
      Abraços e agradeço a visita.

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