“A natureza está secando”: quilombo no Marajó vive impactos do arrozal e clima de violência

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quinta-feira, 15 de março de 2012

COBRA GRANDE - Waldemar Henrique


COBRA GRANDE

Credo cruz!
Lá vem a cobra grande
Lá vem a boiúna de prata
A danada vem rente a beira do rio
E o vento grita alto no meio da mata

Credo cruz!
Cunhatã te esconde
Lá vem a cobra grande
Faz depressa uma oração
Pra ela não te levar

A floresta tremeu quando ela saiu
Quem estava por perto de medo fugiu
E a boiúna logo tão depressa
Que somente um clarão foi o que se viu

A noiva cunhatã está dormindo medrosa
Agarrada com força no punho da rede
E o luar faz mortalha em cima dela
Pela fresta quebrada da janela.

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Foto do marajoara Helly Pamplona.

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